terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carnaval

Eis que chega o momento da sedução em hotelaria. A altíssima temporada do Rio resume-se a duas datas: Reveillon e Carnaval.
O Reveillon, apesar da enorme concentração de turistas não dá tanto dinheiro à indústria quanto o Carnaval, que atrai hospedagem em maior quantidade de dias e movimenta o mercado da putaria explícita no país das mulatas rebolantes e batuques que se repetem (literalmente) todos os anos.
Vôos lotados. Pacotes turísticos obrigam os turistas a ficarem, no mínimo, três noites a preços bem altos. As agências de viagens vendem o maravilhoso mundo da "maior festa popular do mundo" de olho nos lucros certos. Nos hotéis, a euforia dos administradores se refletem nos sorrisos ao verem suas receitas subirem, uma "gordura financeira" que pode sustentar todo um ano de gastos. Todos felizes, não é mesmo?

Os ingressos do Sambódromo estão nas mãos de grandes agências de turismo que sobrevivem desta época. Há anos é assim e nem os locais conseguem um ingresso sequer.
Nessas horas, quem trabalha na recepção dos hotéis são cambistas de luxo. (Re)Vendem ingressos já inflacionados, com marcações de valores (mark up) na ordem de 10 a 15%. Assim todo mundo ganha e esvazia os bolsos dos nossos turistas que nunca mais voltarão à cidade nesta época. E todos se perguntarão o porque de o Rio ser tão caro.
O dinheirinho extra, um "cala boca" qualquer para os recepcionistas se contentarem com os salários ridículos no restante do ano, é livre de impostos o qual (certamente) sentirão falta na sua aposentadoria. Acho que prefeririam um salário maior.
Os garçons, mensageiros e camareiras esperam por uma gorgeta em Euros ou Dólares.
Outros esperam um salário um pouco maior, rezando para que o "ponto" (outro dos absurdos pelo qual os hoteleiro passam e que explicarei em outro post) seja melhor.

Bem... é a ponta do iceberg do mercado negro do turismo.
Já faz muito tempo que o Carnaval não é uma festa popular, pelo menos no Sambódrono. As escolas de samba dão muito, muito dinheiro. A maior festa capitalista do planeta. Ah, tá!!! Agora sim! É tudo pela grana, meus caros. Ou pela fama... que pode trazer grana.

As cifras que a indústria do turismo movimenta são grandes.
Evidentemente o Carnaval também movimenta a indústria da bandidagem. Os pivetes "cheirados" de cola de sapateiro ou outro solvente qualquer, que vão roubar mais uma máquina digital ou celular, festejam nas areias sem lei. Os traficantes faturarão com a venda extra de drogas para os "gringos" mais exaltados que pensam (ou tem certeza) que o Brasil é o paraíso dos abusos. As "autoridades" também fazem vista grossa por um suborno também em Euros ou Dólares e, mais uma vez, todos felizes.

O Rio é uma cidade pior nesta época. Despreparada, desogarnizada e violenta.
Os números do desastre só não são maiores porque muitos nem fazem registro de ocorrência nas delegacias. Triplique os números de assaltos a turista no Rio sempre quando vir qualquer estatística.
O atual prefeito parece querer fazer algo, mas não ouvi ou vi qualquer movimento em favor dos trabalhadores em hotéis ou ligados ao turismo, que são os primeiros contatos de um visitante na cidade.

(...)
Ouvi rumores de que é feriado no Carnaval. Deve ser mentira, pois estarei trabalhando.
Espero estar em um engarrafamento qualquer no ano que vem, tão longe de hotel que penso até em acampar.
Enquanto isso, vou escrevendo pra vocês o que acontece.
Abs à todos.

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